Senta que lá vem textão. Senta, e quica, e rebola, hum hum hum...Pronto, tô com um funk na cabeça!
A palavra de hoje é reverberar. Ontem fui num evento de uma amiga linda e coaching, a Muriel Dos Reis. A noite foi destinada para falar de sexo, antes do sexo. Ou seja, fazer a gente pensar um pouco mais na gente e no que a andamos fazendo, ou não fazendo. No fim da noite a Muri falou como as coisas reverberam, ou seja, a gente passa a diante coisas que nos impactam, então resolvi que hoje quero falar sobre sexualidade e barreiras que encontramos neles, uiuiui!
A noite foi baseada a pensarmos sobre as crenças limitantes. Isso são aquelas coisas que ouvimos ao longo da vida e aceitamos como verdades absolutas e que acabam regendo nossas atitudes. E são coisas que a gente escuta da família, irmão, amigos, ex-namorado, marido, chefe, sociedade, ou qualquer outra pessoa que você se importa. E quando a gente transfere isso para nossa expressão de sexualidade, pesa... E isso atinge qualquer um de nós. Quer ver?! Vamos lá: Boas moças não falam de sexo. Isso é uma das minhas crenças limitantes, não que eu acredite nisso, mas normalmente você vai ler coisas que escrevi , falando da simplicidade da vida, amor, delicadeza e autoestima. E aí que tá uma quebra dessa crença: Sexo tem tudo a ver com autoestima! Sexo seria uma pauta para conversar com as amigas, mas não no textão do Face, mas bora lá se desafiar um pouco.
Muitas de nós nos limitamos com essas verdades mentirosas. É só a gente pensar um pouquinho em coisas que estão em nossas cabeças: Só se é bonita se for magra, só é gostosa quando tem peitão, celulite é feio, sexo é sujo, é normal fingir orgasmo, moça de família não pode fazer tal coisa. Pense um pouquinho... Qual é a sua crença limitante? O que você ouviu ao longo dos anos que te afeta, magoa, ou faz você ter uma visão distorcida de você mesma?
Vivemos ainda em uma sociedade machista, onde até nós mulheres, temos pensamentos machistas. Reprimimos os nossos desejos, porque precisamos “nos dar o respeito”. Já parou para pensar de onde vem isso? Mulheres temem os homens, afinal se você é uma mulher e está lendo isso aqui, vai concordar que sair na rua pode ser um desafio, afinal é comum ouvir piadinhas, ter olhos famintos observando seu corpo como se fosse um pedaço de carne. Numa cultura do estupro, nós vivemos de certa forma acoadas, pois de qualquer lado pode vir uma ameaça, e passamos a nos esconder até de nós mesmas. Eu e muitas outras meninas ou mulheres (independente de como preferem se chamar) tem vergonha de usar uma roupa mais sensual, se a saia é curta, instintivamente a gente dá aquela puxadinha para baixo. É como se fosse errado mostrar as coxas grossas. Como se estivéssemos provocando o abuso... Vê se tem cabimento!
Aí vem outro limitador, a gente sempre acha que tá faltando ou sobrando algo. Falta titi, sobra bumbum. Sobra titi, falta bumbum. Caraca, não sobra nada e nem falta. Tá tudo certo!
Porém, mesmo a teoria ficando redondinha, pra mim ainda é desconfortável assumir o popô Kardashian, colocar uma saia justa e me sentir plena com isso.
Parece errado a gente se sentir gostosa. Parece feio. Parece ridículo. Parece que estamos sempre sendo julgadas...e realmente estamos!
O evento de ontem contava com uma dona de motel e outra de sexy shop, e elas trouxeram informações bem interessantes. Segundo pesquisas do mercado de motéis, quem mais utiliza o serviço são casais casados. E sabe qual o produto mais vendido na sexy shop? Anestésico para sexo anal. Dorme com esse barulho, sociedade! Por literalmente debaixo dos panos (ou edredons) as coisas acontecem, mas temos vergonha de falar disso. Tudo ainda é tabu!
Tenho amigas que me inspiram. Uma é casada há anos e é frequentadora assídua de motel com o maridão. Outra manda nudes pelo WhatsApp para o marido, coragem que eu nunca teria! Em compensação, lembro da história de uma outra amiga que namorava um bocó que criticava as calcinhas que ela usava. Aí você deve estar pensando, só pode que era uma bege, de vó e enorme... não, minha cara, era um pequeno fio dental de renda. Olha aí alguém querendo impor um crença limitante!!! Como se o respeito de uma mulher devesse ser medido pelo tamanho de sua calcinha.
Vou contar uma outra história, que ajuda a pensar como tem coisas que são tão mais fortes nas nossas crenças. Segundo escrituras bem antigas, antes de Eva, Deus tinha criado outra mulher. Amigas cristãs, não me condenem por blasfêmia, não vou criticar a fé de vocês, só contar outra versão das coisas, e não inventei isso, inclusive tem referências disso na Torá, livro sagrado Judeu, como é a Bíblia para vocês. Enfim...vamos lá: Deus criou Adão e Lilith do barro, ou seja, eram seres iguais. Porém Adão desejava que Lilith fosse submissa a ele, de forma mais clara, que no ato sexual ela ficasse por baixo (numa interpretação menos literal, ela queria curtir o ato tanto quanto ele), mas nem Adão e nem Deus se aceitaram as suas reclamações. Ela se revoltou com ambos, saiu do Éden e se refugiou com anjos caídos. Então, Deus criou a Eva da costela de Adão, ou seja, ela era parte dele, e não igual. Aí começa a ideia de submissão.
Lilith em diversos livros e crenças é retratada como um demônio, deusa pagã, ser mitológico. Seria uma entidade responsável pelas paixões furiosas, ciúmes, depravação e tal. Agora vamos pensar em Eva, a mulher submissa... Foi ela que convenceu Adão a comer a tal maçã e cometer o pecado original, logo ela é a responsável pelos males que há no mundo. O Adão era um bocozão! Se ver por outro ângulo, podemos até pensar que ela não era tão submissa assim, mas que na verdade, escondia dentro dela um grande poder de sedução, conseguindo convencer o “super” Adão. E se ver de um modo geral, a mulher tá “sempre errada”, seja porque quer ter orgasmo, ou porque é o motivo da fraqueza dos homens. Tá entendendo que o buraco é bem mais em baixo sobre onde vem essa diferença gritante entre homens e mulheres?
Vejo que muitas mulheres, assim como eu, sentem dificuldades de deixar seu lado “mulherão aflorar”. São infantis ao se vestir, ao se portar. Falo por mim! Não é a toa que fiz essas fotos lindonas aí, pois no ano passado cheguei aos 30 e pensei, “pera... posso me sentir mulher”. Repito que toda mulher deveria fazer um ensaio assim, pois ele empodera. Como eu digo, uma boa make, a roupa certa e o ângulo correto fazem toda a diferença. E no começo, senti vergonha sim, pedi duas taças de vinho pra me soltar, mas depois dos primeiros cliques fluiu e sobrou vinho! Fiz as fotos para mim. Me perguntaram se era pra dar de presente para o marido, também o que o meu marido achou, se meu marido não ficou com ciúmes. As fotos foram para eu me achar, e se minha autoestima estiver bombado, aí sim o poder de sedução à ele aumenta. A foto dessa postagem foi ele que escolheu. Pedi que apontasse uma que ele achasse mais “u-la-la” e tá aí! Ele gosta das minhas pernocas!
Ainda sou uma menina yupi. Ainda sou romântica, delicada e meiga. Ainda gosto de estampa de bichinho. Mas também sou uma mulher, que adora uma lingerie nova e que está aprendendo aos poucos a se enxergar como Lilith vida loka e não o coelho felpudo do Éden. Mas ainda não me sinto à vontade de falar de kama sutra, orgasmos múltiplos, 50 tons de cinza e tals aqui. Quem sabe um dia!
Então garotas, vamos tentar se livres e nos permitir mais. Permitir desejar, sentir, ter prazer. Vamos ouvir aquela música que nós faz ter vontade de dançar e se sentir poderosa. Vamos nos divertir enquanto estamos vivas. Vamos tentar?
Eu te desejo muito sexo, cheetos e rockinroll!
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PS: Tem Spotify? Vou compartilhar a playlist que fiz para o ensaio de fotos, só com músicas cantada por mulheres e que fazem eu me sentir uma delicada e sensual heroína de um livro. De um jeito mais simplificado. Faz eu me sentir foda... Ahh, não espere nenhum batidão de funk a Anitta, mas que também adoro e faz um bem danado pra mim!
Escuta aí, de preferência em ordem aleatória, se não vai achar chato!

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