Hoje, eu vi uma cena gloriosa. Estava na Festa das Rosas, sentada em uma mesa de madeira, num calor absurdo e buscando cores para vislumbrar. Eis que vejo um casal, devem estar entre seus 50 anos cada um, mas com um espírito jovem de dar inveja a muita moçoila. A senhora, com uma saia florida muito bonita e um tênis amarelo, e seu par vestido com uma camisa social, abraçavam-se e dançavam as músicas que artistas da cidade tocavam. Pop, rock, reggae, qualquer coisa embalava os dois. Mas o que chamava a atenção na verdade é que APENAS eles dançavam. Todo o resto de nós, assistiam sentados em cadeiras, com as mesas cheias de comida e copos de chopp.
Aqueles dois chamavam a atenção de todos. Alguns se chocavam, outros se divertiam, os menos felizes achavam ridículo e riam. E eu...eu achei motivador!
Certa hora, a banda fez um repertório repleto de Elvis. E aquela dupla incrível, saiu do cantinho que estavam e foram para frente do palco para dar um show. Misturavam passos de rock, bailão, fandango. Qualquer coisa. Pulavam, requebravam, remexiam, foi maravilhoso de ver! Sabe por quê? Porque eles simbolizam a liberdade de quem é feliz. Sem medo do que os outros pensavam, sem dar importância com as risadinhas, sem a vergonha de serem simplesmente eles.
Quem dera se todos nós conseguíssemos ser assim... Simplesmente deixar a felicidade tomar forma do nosso corpo, movimentos e ações.
Queria eu ter a coragem de sempre levantar quando toca uma das músicas preferidas e dançasse como se não houvesse amanhã. Quem dera alguém do meu lado tivesse essa coragem, para que eu entrasse na mesma onda e não me sentisse a única esquisita do mundo. Não estou dizendo que sou única neste mundo, pois é algo pretensioso demais, mas é comum eu me sentir diferente das pessoas ao meu redor, e isso não é bom, pois me sinto deslocada. Como uma bola de gude numa caixa de lego.
Quantos de nós sentem a mesma coisa né... quem sabe no próximo Carnaval a gente se encontre e faça um bloco para dançar livremente, sem a angustia do julgamento, sem as amarras da tristeza, sem a tentativa da perfeição. E claro, vamos convidar esse casal tão divertido de hoje.
Gosto de dançar na chuva, fazer careta no espelho, usar fantasia fofinha e tiaras com orelhas de coelho. Cantar alto até a garganta arranhar, pular até doer os pés, achar coisas para rir em vez de falar mal. Mas não faço... afinal, como diz aquela música do Wander Wildner, “Eu não consigo ser feliz o tempo inteiro, eu não consigo ser feliz como a Xuxa”
Quem dera a gente pudesse ser leve, autêntico, despreocupado com o mundo e mais comprometido com o nosso coração.

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