8 de maio de 2019

Eu posso te abraçar?


Estava conversando com uma amiga que não via há alguns meses. Essa vida corrida faz da gente seres invisíveis. Mas enfim, falávamos sobre algumas coisas não positivas, mas de grande aprendizado que aconteceram na vida dela, e me veio alguns questionamentos em minha cabecinha miolenta.

Já percebeu como a gente tem o péssimo hábito de minimizar a dor do outro? Como a gente acaba muitas vezes não dando tamanha importância para o que outro sente, pois a gente relativiza com o que a gente sente, com a nossa forma de encarar os desafios e a dor. Peraí...vou te explicar!
 
Falávamos sobre síndrome do pânico. Algo difícil para muita gente entender, pois realmente é complicado conceber a ideia de que você está tendo um piripaque e acha que vai morrer, mas teu corpicho tá na verdade de boas. Aí tem gente que diz, “isso é só uma coisa da sua cabeça”, e realmente é, mas ao falar isso, acaba minimizando (mesmo que não seja por querer), como se fosse uma bobagem, uma coisa qualquer, ou pior, que não é de verdade e que aquela pessoa quer estar naquela situação.
E deixa eu te contar...ela não quer!
Ninguém quer!
A ansiedade virou o novo diagnóstico de virose. E isso é uma droga!
Nos últimos anos, toda doença que apareceu em mim, o diagnóstico é esse. E é irritante! Afinal, não é algo que tu vai lá e mata com um antibiótico. Não tem uma injeção de “para com essa porra aí”. Não tem receita que faz parar. Nenhum xarope amargo!
A enxaqueca é um exemplo disso! Mas se alguém me dizer que está com dor de cabeça, é errado eu responder algo como “ahhhh, mas eu tenho enxaqueca desde os 6 anos de idade”. Como se minha dor fosse maior, porque EU ACHO que a dor do meu coleguinha não é nada perto daquela com que eu convivo. NÃO FAÇA ISSO, ISSO NÃO É LEGAL! A dor de barriga do amiguinho, não é menor que a sua tá! O que eu normalmente faço? Ofereço um remedinho... é só isso que posso fazer!

Outra coisa que me veio na cabeça, é que a gente teve a dor minimizada desde criança, quando ouvimos de um adulto “não foi nada”. Muitas vezes não foi mesmo, mas e se tivesse sido? Não sou especialista em educação infantil. Não entendo nadinha na verdade! Mas a gente agora reproduz a mesma frase, né?! Claro que é para que essas crianças não se tornem melecas mientas e consigam superar as coisas ruins da vida, mas será que sempre será “nada”?
Afinal, o joelho ralado dói mesmo.
A tristeza existe sim!
A angústia tá lá apertando o coração.
O cachorro morde.

O teu medo não é menor que o meu. E o medo do outro é tão assustador quanto o seu! Entende isso? A gente minimiza o medo do outro... Acha bobagem! Só ter medo de aranhas faz sentido, mas temer sapos é besteira. Será mesmo?
Todo mundo sente medo.
Todo mundo sente dor.
Todo mundo sente tristeza.
Todo mundo sente!
Somos todos iguais, mas no quesito emocional, somos todos diferentes.
 

Então, meu amigo e minha amiga que está lendo isso aqui, só quero que saiba de algumas coisas: Eu me importo com a sua dor. Eu me importo com o seu medo. Eu respeito o que você sente. E valorizo a importância e a grandeza disso.
Não vou dizer “eu te entendo” pois na verdade não vou entender exatamente o que passa no seu coração, afinal, está no teu coração, não no meu. É a tua ótica, não a minha. Mas o que posso dizer é que eu me importo, que pratico a empatia tentando sempre me colocar no teu lugar, para quem sabe até imaginar a sua angustia, mas nem de perto será fiel ao que você sente. Mas, saiba que...eu estou aqui!

E sabe o porquê dessa foto aí? Por que na maioria das vezes, não são palavras, críticas e “conselhos” que as pessoas precisam, mas sim de um abraço sincero.
Um abraço bem apertadinho para você!

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