Hoje vou falar de sapatilhas. Mas este não é um post sobre moda e sim um convite para uma reflexão.
Anos atrás eu tinha uma sapatilha coral. A minha preferida. Ela tinha o bico quadrado, que fazia parecer aquelas de bailarina, um laço lindo e metais dourados. Não paguei mais do que R$ 30,00 não era de nenhuma marca importante. Como era confortável! Era minha companheira para qualquer situação e combinava com tudo porque combinava comigo.
Porém um dia, uma pessoa que naquela época eu me importava com a opinião reclamou de eu usá-la. Lembro-me de uma frase parecida com “Por que tu não pode ser igual a todo mundo e usar um sapato preto? Tem que usar essas coisas tão coloridas?”. Quando ouvi tal frase fiquei um tanto perdida, como um humilde sapatinho podia incomodar tanto. Só lembro de responder algo como “Não sou todo mundo e gosto de coisas coloridas”. Mas doeu! Doeu, pois não foi uma crítica ao calçado em si, mas sim a minha personalidade, a minha essência, afinal aquele objeto representava parte de mim e quem foi infeliz em suas palavras tinha a força de me magoar naquele momento.
Sabe o que aconteceu... continuei usando a tal sapatilha. Até ela se definhar, desmanchar, descolar, desaparecer. Quando joguei ela fora, por não haver possibilidade de uso mesmo, fiquei chateada. Era tão linda, tão minha e tão relevante. Ah...e a pessoa que falou tamanha bobagem?! Se perdeu em alguma curva!
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Semana passada encontrei outra sapatilha coral. Não parece de bailarina, mas é confortável, delicada, tem lacinho e foi tão baratinha quanto a outra. Comprei assim que vi! Estou contente de novo!
Moral da história: Não permita que palavras espinhentas mudem a sua essência. Se tu és colorida, continue sendo. Se és preta e branca, seja assim também. Existem conselhos que vem para o bem, que fazem a gente evoluir e crescer como indivíduo, e isso a gente precisa ter inteligência e gratidão ao ouvir. Porém tem coisas que só servem para a gente se enterrar, se esconder atrás de uma sombra que não é nossa.
Pode parecer um exemplo tão bobo, não é mesmo. Mas às vezes esses pequenos gestos tem um poder devastador. Então façamos esses gestos em vez de quebrar sorrisos, construírem e colorirem o caminho das pessoas. É um convite a também criticarmos menos e respeitarmos mais.
Um dia eu achei que eu deveria mudar o que era. Quanta besteira! Dica de amiga, nunca deixem as pessoas tentarem mudar quem você é! Toda pessoa tem dentro de sí um arco íris de possibilidades. E quando a gente tenta mudar o que não tem nada de errado só para agradar quem está ao nosso redor, estamos nos agredindo. Permita que o mundo veja quem você realmente é e aceite o amor de quem te respeita e admira isso. Vista o que quiser, beije quem quiser e calce os sapatos que são realmente confortáveis para o caminho que deseja seguir!
Texto escrito doa 20 de dezembro de 2017.

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