27 de fevereiro de 2018

Eu confesso: Eu invejo as magrelinhas!


Eu invejo meninas magrelinhas. Mas comer é tão bom! Putz, dois pecados capitais em uma mesma frase... Acho que estou com problemas!

Hoje quero falar de inveja. Ohh sentimento ruim e que nos assombra não é mesmo?! Não adianta... todos nós sentimos inveja em algum momento. Ela faz parte do ser humano, tirando aqueles que são mega blaster iluminados. Mas convenhamos né, não somos como a Madre Tereza.


O problema não é sentirmos uma invejinha aqui e ali, mas sim o que a gente faz com ela. Às vezes olhamos para o ladinho e pensamos “poxa, queria isso aí também” e nos serve como um propulsor para buscarmos os nossos desejos. O ruim é quando vem agregado de pensamentos ruins... aí o bicho pega! É quando a gente atira ao mundo uma energia pesada e enfadonha e ela um dia há de voltar!

Esses dias li um livro chamado “o Efeito Sombra”. Bem resumidamente, a ideia dele é que só somos indivíduos completos quando compreendemos e assumimos até aquele nosso lado que queremos esconder, ou seja, a nossa sobra. Fingir que não temos defeitos é pior do que tê-los e convenhamos...uma invejinha aqui e ali todos nós em algum momento sentimos.

Eu acredito na tal inveja branca. Para mim é quando a gente olha para a grama do vizinho e pensa, “bahh, queria que a minha fosse verdinha como a dele” mas não desejamos que caia um raio no jardim do cara e torre tudo como aquele arroz que queimo de vez enquando. É quando a gente não deseja o mal, apenas deseja algo que não temos, mas ficamos felizes por outros terem!

Eu sinto inveja daquelas meninas lindamente magrelas. Sabe aquelas que tem o “dom do cabide” que é quando qualquer coisa que se veste fica bonito, até um saco de batatas! Acho aquelas pernocas finas elegantérrimas! E sabe o que é mais esquisito... é que quando eu tinha uns 12 anos eu era assim. Um palito comprido e cabeludo que eu detestava. Usava calças de skatista que eram do meu primo Marlon, para disfarçar. Eu tinha o shape de um plicplac gigante! Ou seja, a gente nunca está satisfeito com tudo o que tem!

Esses dias, estava num evento onde vi várias magrelinhas. Todas tomando chopp e comendo fritura. Obviamente eu tava nessa onda comestível de felicidade também. Quando estávamos indo pra casa, estava com dor de cotovelo, o conhecido recalque, reclamando para o meu marido, que eu invejava as magrelinhas. Aí vem aquele momento que só acontece quando se tem “o cara” do teu lado. Ele me respondeu que ele não achava bonito... e que o que ele admirava era o corpicho como o meu. Que mesmo elas tendo uma postura elegante, preferia que eu continuasse sendo assim, de bunda grande, inteligente, que dorme tarde e acorde tarde (não se apavore, é uma música dos Raimundos, aquela banda que não tem apenas “mulher de fases” no repertório! Nós adoramos Raimundos!)
O que eu fiz? Sorri coradinha e me calei! Até pensei em voltar e comer mais um hambúrguer!

O difícil de se trabalhar com a inveja é porque, quem tenta sempre ser a sua melhor versão, sofre, não por não ter determinadas coisas ou experiências, mas sim pelo fato de perceber que está sendo um indivíduo invejoso. Naquele momento, ter invejado as magrelinhas me fez sentir vergonha, não do meu corpo, mas sim da minha índole! Depois daquele episódio fiquei me olhando mais no espelho. Reclamando menos das calças que não servem por eu ter um quadril à la dançarina do Tchan e que as dobrinhas de catupiry são minhas mesmo, pois fui eu que as conquistei com muitas fatias de pizza. E que se não fosse dentuça, bundundinha, bochechuda, com cabelo bagunçado e perfeitos 1,67m, eu não seria eu!

Mas falando sério... se a gente conseguir usar esse sentimento tão humano pro bem, isso fará a gente evoluir. Sempre parece que a fila do lado anda mais rápido. Que a vida do outro é mais feliz porque só vimos as postagens no Instagram. Que as conquistas alheias são maiores que as nossas. E é aí que a gente se torna um gigante bocó! Pois nós temos tudo aquilo que precisamos ter e passamos por tudo aquilo que precisamos passar, para aprendermos alguma coisa nessa vidinha!

Eu já quis ser a rainha da Inglaterra, mas depois de ver a série dela, descobri que é chato pra caramba ser rainha. Nada pode, nem pintar as unhas de azul, e eu adoro esmalte azul! Ser Thezinha é muito mais divertido e colorido! 

Vamos tentar transformar a inveja em admiração? Vamos admirar as magrelinhas de pernas finas, mas se achar um mulherão da p*%$@ de pernocas grossinhas! Vamos valorizar as pessoas que gostam da gente, do jeito que a gente é? Vamos nos inspirar nas coisas dos outros para buscar as nossas? Vamos admitir que as vezes somos bobos pra caramba? Eu às vezes sou e não gosto disso! 

Mas vamos confessar também que sentimos inveja! Eu confesso!
Invejo quem consegue acordar cedo sem o despertador tocar 897 vezes. Invejo o Mickey, pois ele é amigo do Pateta. Invejo toda noiva (desculpa prima) pois a gente se transforma da princesa da Disney com aquele vestido e quer ficar pra sempre vestida assim. Invejo quem realmente não gosta de comer porcaria, afinal eu acho batata frita é tão mais gostoso que beringela! Invejo quem viaja o mundo, mas não consigo ficar 3 dias longe da minha casa. E invejo a Floquenta, essa cachorrona na foto que ao vivo um temporal de baba, mas no click sempre parece serena e diva como a Monalisa. 

A Floquenta não inveja as magrelinhas. Ela inveja os gatos, pois eles podem subir na cama. Os gatos invejam a Floquenta, pois ela pode brincar na rua.
Viu como funciona? Então abra seu coração! Confesse também!

Texto escrito dia 17 de janeiro de 2018.

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