Hahaha, "lá vai a The escrever coisas que ninguém entende", como já diria o primo Haag?!? É mais ou menos isso mesmo. Em vez de filosofar sozinha porque não escrever e filosofar em conjunto?
Por que disso?? Bom, eu escuto frequentemente a Oi FM e é comum tocar a música que postei no vídeo abaixo, e ela faz pensar algumas coisas...
Você já sentiu o nada? Nem medo, nem calor, nem fome e nem vontade de chorar ou sorrir? Tem ideia quanto é triste não sentir nada. Claro, mais triste é sentir tristeza, mas o vazio do nada é apavorante. Faz de você apenas um pedaço de carne com movimentos e pensamentos racionais. Ou seja... sem graçaaaaa.
Não sentir nem amor, nem dor. Muitas vezes achei que era impossível não amar, mas pior que isso é possível sim. Achei também que o sofrimento é algo que não cessa, mas isso também passa. Mas se não tem nem um e nem outro chega-se ao nada.
O nada é quando está sentado na frente da TV, e mesmo que esteja passando propaganda eleitoral você não se irrita mas também, mesmo que seus olhos estejam vidrados na programação, não sabe absolutamente nada do que está vendo, ouvindo. É aquele momento que alguém chega ao seu lado e pergunta “o que você está vendo” e você diz “ehhh, não sei?!”. É a falta de energia pra pegar o controle remoto que está à 30 centímetros de você para trocar de canal e a falta de coragem de levantar do sofá e curtir o lindo dia de sol.
O nada do amor é quando você percebe que não existe incêndio, chama, brasa, ou um calorzinho que for, dentro de você. O coração não chega a ser uma pedra de gelo, pois quem tem o coração gelado além de incomodar os Ursinhos Carinhosos é rancoroso e mal. O coração (no estado do nada) é morno. Assim como na música, ele não bate e nem apanha. Ele só está lá, cumprindo a função de bombear sangue para o corpo.
O não sentir é ser indiferente ou simplesmente se acostumar com qualquer coisa. Tanto faz se chove ou se faz sol. Tanto faz se recebeu flores ou se o telefone não tocou. Tanto faz com quantas pessoas interagiu no dia, quem ajudou, quem te ajudou, ou qualquer coisa que tenha conquistado. Você pode até ficar feliz pelos outros, mas por você não existe nem felicidade nem desespero.
O caminho que se escolhe é aquele que o vento empurrar, pois não se tem “ruas que me dê um sentido”. Caminha-se o tempo todo, não se para, segue num ritmo compassado os passos. Quando estamos tristes paramos. Quando estamos alegres corremos. Quando o nada toma conta, se caminha para qualquer caminho sem mesmo saber qual é ele.
Sabe quando ocorre uns efeitos especiais nos filmes, que a pessoa está parada e vê tudo ao seu redor se mexendo. As vezes rola uma visão 360º com câmera lenta... pois é. Assim que o ser que vive o nada enxerga as coisas. Ou como se fosse um estado de constante dopação, porém não fica babando no canto da boca (eca que nojo).
Acho que todo mundo já viveu um período de nada. Quem não passou por isso, algum momento deverá passar. Encarar o vazio, a perda de referência, ou a perda da intensidade das coisas. A tal intensidade que de tanto falo, que tanto prezo e que acho tão importante pra se viver feliz. Pois quando alguém diz “aproveite sua vida” ou seus sinônimos, o que se quer dizer é “viva intensamente”. E isso não significa fazer coisas radicais ou perigosas... não é para testar um bung jump wi-fi, experimentar toda substância desse mundo como o perigoso guaraná Dolly, e sim fazer dos momentos, pessoas, experiências serem especiais e fortes. É descobrir os sabores, e repetir aqueles que mais gostou, é abraçar as pessoas e amá-las, é gritar quando dá vontade, é envelhecer sem o peso de “que pena, eu nunca senti isso”.
Porém, quem vive no limbo, no nada não consegue fazer isso. Mesmo que queira. É como se estivesse envolto em plástico bolha e não conseguir tocar nada do mundo. Ele quer achar graça das coisas e até tenta, diferente das pessoas azedas que fazem questão de ser do contra, de detestar, reclamar. Eles querem amar, se encantar, e ter olhos brilhantes, mas não conseguem. Eles querem correr, mas a calça é apertada demais.
As vezes querem quebrar as coisas, mas não tem força e nem o poder de mover as coisas mentalmente. Existe a vontade de brigar, de se impor, mas a voz não sai. E daí se acomoda, e deixa tudo como está.
O pior sentimento que qualquer pessoa pode ter é a indiferença. É o que mais dói nos outros, em quem sente e é o que mais pode doer em você. Pois como diz a música “com tantos sentimentos, deve ter algum que sirva”, escolha, tente, peça ajuda, lute por qualquer um, menos a indiferença.
Eu não sei o que se faz para entrar no estado do “nada crônico” e o que se faz pra sair dele. Talvez um choque?! Então se você conhece alguém que está parado nesse estágio do joguinho de viver que estamos, pegue o dedinho dele e coloque na tomada. Talvez ajude. Talvez você precise chamar a ambulância, mas acontece, a tentativa é livre.
Texto escrito dia 27 de julho de 2008.
Texto escrito dia 27 de julho de 2008.

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