Sofro de um mal do século: a ansiedade. Que bicho escorregadio, difícil de controlar!
Esta noite tive um pesadelo. Acordei muito brava com meu marido, mesmo sabendo que era um sonho, pois ele tinha sido um idiotinha. Coitado! O problema é que quando tenho sonhos perturbadores, depois de acordar e tomar uma água gelada, a sensação ruim não passa! Nesses episódios o meu corpo me dá uma rasteira mesmo que dormindo. E como acordo? Com dor de cabeça, muito mas muito enjoo, fraqueza, angustia e tem vezes que ainda rola um choro, tipo drama de novela mexicana no SBT.
Engana-se quem acha que ansiedade é um “estou nervosa”. Uiuiui que frio na barriga. Pelo contrário, até é difícil compreender quando ela é a vilã do seu conto de fadas. Ela interfere no sono, no funcionamento do corpo, na sensibilidade emocional, em tudo.
Poucos anos atrás tive diversas crises de ansiedade sem saber. Afinal, eu não estava “nervosa” quando acontecia, para mim não fazia sentido. Começou como intoxicações alimentares. Nas primeiras vezes aquele discurso de virose colava. Mas passou a não fazer mais sentido, quando toda a semana ficava doente novamente. Junto, comecei a ter sintomas estranhos como febre, insônia, cansaço extremo...fiz exames e nadinha apareceu. Aí começou a piorar quando além de tudo o que já relatei, tinha pesadelos, crises de choro e medos absurdos de dirigir na chuva ou ficar sozinha em casa. Chegou numa semana que não consegui mais trabalhar, ler, assistir TV. Ia para casa dos meus pais e lá ficava, deitada na cama deles, tentando desesperadamente dormir, pois normalmente quando dormia, acordava com um pouco mais de disposição e podia comer. Ahh é, tinha isso, não conseguia comer nada... Logo eu, Magali! Nesses dias eu vivia a base de Dramim, canja de frango e suco de beterraba.
Uma grande amiga minha vinha me dizendo... “isso é emocional”. Mas pensava: “Bobagem. Não pode ser. Devo ter alguma coisa muito grave, só do Dr House poderia descobrir!!!” Aí é outro ponto da ansiedade...começamos a aumentar as coisas criando monstros na cabeça e não temos domínio sobre os pensamentos. Com esta amiga fui ao Centro Espírita e aí foi o primeiro passo para as coisas melhorarem. Lá fiquei mais calma, tive bons conselhos, me conectei com a minha espiritualidade e recebi ajuda! Consegui serenar meus pensamentos e recebi abraços fraternos importantes e revigorantes.
Tempo depois comecei a fazer terapia. Confesso que sempre ficava meio incomodada com isso, me sentia constrangida e não aceitava muito a ideia. Até que comecei e descobri quanto é importante e incrível. A gente se redescobre, aprende e pensa sobre o que estamos fazendo. Passei a me entender melhor, a aceitar melhor e a dominar mais os meus pensamentos.
Florais me ajudaram. Minha família me ajudou. Minhas amigas mais próximas também.
Hoje em dia, as crises são bem espaçadas, menos dolorosas, duram menos tempo também. Mas quando vem, normalmente é dando uma rasteira. As vezes uma situação boba como um pesadelo pode fazer o dia ficar completamente esquisito. Ou pequenas coisas vão acumulando e num dia qualquer dá PT.
Continuo fazendo tudo... cuido da minha alimentação, permaneço frequentando o centro espírita, leio, rezo e vibro coisas do bem, presto atenção nos meus pensamentos, permaneço fazendo terapia, tenho florais na bolsa, na gaveta do trabalho e em casa. E quando o bicho pega mesmo eu canto. Canto qualquer coisa. É uma forma para tentar acalmar e mudar o foco. Não busquei ajuda em medicações, afinal já bastam os trocentos comprimidos para dor de cabeça que tomei a vida toda.
Vivemos numa era onde pessoas de todas as idades e estilos de vida enfrentam esses problemas silenciosos. Sofrem com isso e também com a falta de compreensão dos outros e de si mesmo. Stress, pânico, depressão, ansiedade. Palavrinhas medonhas que fazem um mal danado para a nossa felicidade.
Mas sabe, passa. Tudo passa. Foi o que me disseram e eu quis acreditar. E é verdade!
Compreendi também que devemos sempre estar alertas com o que o nosso corpo e mente dizem, para que as sensações ruins não voltem como uma tempestade de verão. Imprevisível!
Este não é um texto engraçadinho como a maioria daqueles que eu faço. Mas é real. E inclusive esta sendo escrito em um dia de “bad”, não por causa de um simples pesadelo, mas sim o que o meu corpo pode fazer comigo por causa de um pesadelo.
Quem não vive essa realidade pode achar que é tudo uma frescura... mas meu amigo, não é. Tenha paciência, empatia e carinho pelas pessoas. Compreenda que a dor de um, não é a dor do outro.
Se você passa por esse tipo de situação, eu te digo: Cuide mais de você! Me diziam isso naquela época e eu não entendia. Achava que comer salada e aveia era o suficiente. Mas descobri e espero que descubra também que se cuidar é dar atenção para você mesmo. É se amar, dar o seu melhor para si mesmo, investir em coisas que te fazem bem, ouvir o que te falam para o bem. Passei a dizer mais o que queria, de dar mais tempo para fazer o que eu tinha vontade, de investir em uma terapia, pois fazia mais efeito do que uma roupa nova e de assumir, mudar comportamentos ou pensamentos que não traziam coisas boas, estudar mais, reclamar menos e ter coragem de dizer também “eu não consigo” e o belo "preciso de ajuda".
Quando algo soprar no seu ouvido coisas que fazem você se sentir mal, tape seus ouvidos e comece a cantar. Cante bem alto, até o som da sua voz ser maior do que o volume dos teus pensamentos. Garanto que no outro dia, o sol será mais bonito e você mais feliz!
PS1: Escrevi este texto quinta, 18/01 depois de ter tido um dia esquisito e ir pra casa com medo do temporal que parecia chegar.
PS2: Meu maridinho me convidou para ir comer baguete do Mullini pois sabe que eu estou borocoxô e preciso de gordelícia e de carinho, como gato que vem se chegando e romronando. No sonho ele é um bocó, mas acordado ele é meu
<3
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PS3: As sensações ruins passaram. Hoje estou bem de novo! Plena e feliz!
Texto escrito dia 19 de janeiro de 2018.

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